A atitude blasé é consequência do excesso de estímulos que recebemos por viver na cidade. Simmel acreditava que a atitude blasé tinha duas fontes: os estímulos contrastantes impostos aos nervos e a dificuldade em discriminar. Estes estímulos contrastantes são o excesso de imagens, informações, pessoas, coisas, atividades e tudo o que perpassa pela vida urbana. O autor acrescenta, também, “uma vida em perseguição desregrada ao prazer” e a “intensificação da intelectualidade metropolitana”. Ficar blasé é a mesma coisa de ficar anestesiado, mas por causa de tantas incitações que recebemos. Por causa desta atitude não vemos diferenças entre a importância de uma coisa ou outra e não temos energia suficiente para reagir contra ela. Simmel diz que os objetos são percebidos, mas “o significado e valores diferenciais das coisas, e daí as próprias coisas, são experimentados como destituídos de substância”. As coisas para a pessoa blasé surgem em um “tom plano e fosco; objeto algum m...
A atitude blasé matou o flâneur que existe dentro de nós? Sabemos que a vida na metrópole não é fácil, sempre estamos sem tempo, não aproveitamos ao máximo, nunca podemos ficar um pouco mais. O tempo nos parece insuficiente e o pouco que temos é tratado como algo sagrado. Não conseguimos apreciar o que acontece ao redor, o trabalho nos ocupa a maior parte do dia e sobra pouco para aproveitar o “resto da vida”. Muitos autores falaram sobre isso, mas, Benjamim e Simmel foram - para mim – os maiores críticos em relação à divisão/especialização do trabalho, ao capitalismo, às atitudes das pessoas nas cidades e à emergência das metrópoles. Lendo os textos dos dois, é possível encontrar um pessimismo contagioso que nos faz pensar se estamos aproveitando o tempo e as oportunidades, se estamos realmente fazendo certo quando nos entregamos ao máximo a uma coisa específica e deixamos outras para depois, se perdemos (ou nunca tivemos) um flâneur em nós. O flâneur é a figura d...
Poucas pessoas gostam de estudar português. Na verdade, acredito que português e matemática são os terrores da escola. Lembro que até me dava bem em português, e literatura também. Depois que entrei para a faculdade, percebi o quão importante era a língua. Em um curso de comunicação, impossível não conviver, o tempo todo, com português. Quando tudo parecia mais fácil, com o “mínimo domínio” da nossa língua mãe, torna-se efetiva a tão discutida reforma para a unificação da língua portuguesa nos países da CLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Esta reforma tornou-se válida para Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Em setembro de 2008, o então Presidente Lula tornou oficial a reforma ortográfica da língua portuguesa, no Brasil. O novo acordo passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2009, sendo que haveria um prazo para a transição, que terminaria em dezembro de 2012. Em 2009, tudo bem, ainda teríam...
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